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Classe média sofre para comprar imóvel

26 de janeiro de 2007

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Milena Andrade
Repórter
O crescimento dos financiamentos habitacionais para a classe média e o aporte maior de recursos para Alagoas anunciados pela Caixa Econômica Federal na última quarta-feira animam muita gente a buscar a tão sonhada casa própria. Juros mais baixos, mais dinheiro disponível e novas modalidades enchem os olhos daqueles que moram de aluguel e não têm dinheiro para comprar um imóvel à vista. Mas é bom ir devagar. Esse incremento no volume de financiamentos não significa, necessariamente, que está mais fácil adquirir uma casa ou apartamento.
As dificuldades, a burocracia, as exigências e a necessidade de se ter um bom dinheiro para dar o pontapé inicial continuam as mesmas apesar das inúmeras e novas "facilidades" propagadas pelos gerentes bancários e pelo próprio governo federal.
Antes de partir para a escolha do imóvel é bom fazer uma pesquisa nos bancos para avaliar taxa de juros ao ano, renda mínima exigida, percentual de financiamento, prazo para pagar e, o mais importante, uma projeção das parcelas. Essa sondagem inicial pode ser um balde de água fria em muita gente, assim como a pesquisa de preços de apartamentos ou casas.
Quem está de fora pode pensar que tem condição de pagar por um imóvel que está muito além de sua capacidade. As prestações podem ficar bem mais altas que o valor do aluguel que o pretenso mutuário está pagando no momento.
O primeiro conselho para quem ainda está leigo no assunto é: nem pense em entrar apenas com 20% (o mínimo exigido por bancos e, geralmente, por construtoras) do valor total do imóvel, pois as prestações sobem muito. E é bom lembrar que essa é uma dívida longa que vai acompanhar a pessoas por duas décadas de sua vida.
O gerente regional de Negócios da Caixa Econômica Federal, Geraldo Nunes Ferreira, reconhece que nos casos de uma enteada mais baixa a parcela do imóvel ficará muito pesada para uma família classificada como classe média. "Se a pessoa tiver algum recurso, é melhor dar uma entrada maior. O ideal é fazer um balanço da vida, se planejar e ver o que dá pra pagar", diz. A linha de financiamento mais procurada e mais popular para a classe média da Caixa, que é o banco que lidera esse mercado habitacional, é a carta de crédito FTGS, que inclui as modalidades de aquisição de imóveis novos e usados; compra de material de construção, ampliação e reforma de imóvel. Esse produto é destinado a quem tem uma renda entre R$ l .875 e R$ 4.900. A taxa de juros anual para a renda mínima é de 6%; até R$ 3.900 é de 8,16% ao ano e, acima disso, de 10,16% anuais. O prazo máximo de financiamento é 240 meses, ou seja, vinte anos e o valor máximo que a Caixa financia para todas essas faixas é R$ 80 mil.
O banco só financia 100% do valor se for um imóvel novo ou em construção (na planta). Para apartamentos ou casas usadas o percentual é de 80% do valor avaliado pelo banco.
Dentro dessas modalidades o cliente pode optar por dois tipos de financiamento, a carta de crédito individual ou o imóvel na planta.
O gerente de Negócios da CEF em Alagoas ressalta que o valor total do imóvel que servirá como base do financiamento é o valor que será estipulado pelo banco após uma avaliação. Requisitos como expectativa de valorização do imóvel e estado geral da construção são determinantes. Isso é um ponto que o cliente deve prestar atenção, pois é ele quem vai arcar com a diferença que houver entre o que o dono do imóvel está pedindo e o que o banco acha que vale.
Para o gerente, independente do valor que será dado de entrada o melhor é optar pelo financiamento no prazo máximo, de vinte anos. "É mais vantajoso porque a amortização é direta no saldo devedor, o que diminui o valor da prestação a prazo", diz.
Tudo isso soa muito vantajoso, mas, na prática, o mais prudente é fazer uma projeção de quanto vai se pagar. Os cálculos demonstram que uma família de classe média, como uma renda de R$ 4.500, que dispõe de R$ 20 mil para dar de entrada num imóvel de R$ 80 mil (valor de um apartamento básico, novo ou semi-novo, de três quartos ou de dois mais uma dependência em bairros nobres) terá que pensar bem antes de partir para a compra.
Com uma entrada de R$ 20 mil e supondo que o banco financiará o máximo (80% do valor total), R$ 60 mil, a prestação inicial ficará de R$ 800, de acordo com os cálculos do gerente, Geraldo Nunes Ferreira. Isso com juros de 10% ao ano e em 240 meses. Supondo que essa família more num apartamento alugado e que o valor do aluguel mais o condomínio totalize R$ 650, a prestação do financiamento implicará numa reestruturação das finanças.
E bom lembrar que além do imóvel há condomínio (que geralmente gira entre R$ 250 e R$ 300) para pagar mensalmente. Com uma parcela de R$ 800 as despesas só com o imóvel podem saltar para mais de R$ l mil por mês.
Já o imóvel de R$ 80 mil com um financiamento 100% pela Caixa no Programa de Imóvel na Planta (PIP) resultará numa prestação de R$ 1.070 em vinte anos.
Para uma família de classe média esse valor não pesa muito? O gerente acha que sim e aconselha a quem não tem uma entrada boa para dar (leia-se 50% ou mais do valor de um imóvel) moderar no sonho e começar a pensar em comprar um apartamento mais modesto. Para ele, é melhor financiar um imóvel mais ou menos, mas que será seu em duas décadas, do que pagar aluguel de um lugar interessante.
"As pessoas não podem encarar o primeiro imóvel como definitivo, principalmente aquelas que estão na faixa dos trinta anos. Essa é uma época da vida em que pode haver ainda muitas mudanças", pensa Geraldo Nunes. Para ele, a receita para a boa compra é: comprar o imóvel que se encaixa no seu orçamento. O problema é que quem paga um aluguel de R$ 400 nunca con-seguirá um bom imóvel com parcelas no mesmo valor.

Meta é investir em saneamento e habitação
AGÊNCIA BRASIL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Programa de Aceleração do Crescimento prevê fortes investimentos em saneamento básico e habitação. As medidas serão lançadas pelo governo federal amanhã. De acordo com Lula, o governo anunciará projetos que poderão ser executados.
"É um programa de quatro anos e a gente quer cumprir letra por letra do que disser, porque é um projeto de grande envergadura", afirmou durante encontro com 132 prefeitos da base aliada, no Palácio dd Planalto.
"Não quero que seja mais um daqueles programas em que o governante vai na televisão, anuncia, termina o mandato, e vocês não vêem. Eu quero anunciar exatamente aquilo que a gente puder´cumprir", disse.
O presidente acredita que o Congresso Nacional irá colaborar com a implantação do conjunto de medidas. "As coisas estão caminhando de forma tranquila e é importante para que gente dê os passos que o Brasil precisa Mais um pouco de esforço de todos nós e temos chance de dar um salto de qualidade na economia, na geração de empregos e na distribuição de renda no Brasil".

CONSTRUÇÃO
O setor de construção e crédito imobiliário aguarda com expectativa o lançamento do programa O PAC deve trazer como prioridade medidas de incentivo à infra-estrutura.
"Há uma expectativa positiva porque o governo vem sinalizando não só com medidas para a construção, para a infra-estrutura que é o que o país precisa Se isso for concretizado vamos ter, realmente, um processo de desenvolvimento com um pouco mais de velocidade", disse o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão.
Ele disse que o setor está preparado e consciente da importância dessas medidas e da parceria que pode ser feita com o governo.
O diretor-geral da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABCIP), Osvaldo Fonseca, destacou que os recursos para infra-estrutura já superam as metas anteriores, que quase nunca eram atendidas. Para 2007, afirmou, habitação, saneamento e infra-estrutura passaram a ser o carro-chefe do governo. "Temos certeza de que poderemos, no fim do ano, ter uma surpresa de colocar mais recurso do que do que está sendo colocado agora".
À previsão inicial de investimento no setor de habitação para este ano é de R$ 12 bilhões. No ano passado, os recursos iniciais eram de cerca de R$ 10 bilhões, e o ano foi fechado com investimento de R$ 14,1 bilhões, um recorde histórico. "Os volumes que o governo está apresentando são praticamente de início de ano. Se houver demanda superior, todas as áreas envolvidas farão orçamento para aumentar", disse Fonseca
A ABCIP atingiu, no ano passado, o índice de 115 mil unidades financiadas, o maior número desde 1990. "Foram R$ 9,5 bilhões de recursos", ressaltou o diretor da instituição.

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