Mário Lima
Editor de Economia
Roteiro – A empresa Joint-venture formada por duas das maiores construtoras e incorporadoras do País, a paulista Gafisa e a alagoana Cipesa, está acabando de fechar, por uma cifra astronômica, avaliada entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões, a compra da Fazenda Gunga, em Roteiro, Litoral Sul de Alagoas.
A fazenda, uma propriedade particular de 500 mil hectares, e que abriga uma das mais bonitas praias do litoral alagoano, famosa em todo o País, é do usineiro e ex-prefeito de São Miguel dos Campos, Nivaldo Jatobá, dono de uma das maiores fortunas do Estado.
A Cipesa contratou uma empresa de auditoria jurídica de atuação nacional para investigar o litígio com a família Abelardo Lopes, um dos primeiros donos da área. A pendenga jurídica envolvendo Jatobá, os herdeiros de Abelardo e a lei de usucapião durou anos. No último dia 18, a empresa expediu um laudo jurídico liberando a compra pela Gafisa e Cipesa.
O diretor de empreendimento da Cipesa, Luis Henrique, afirmou à Gazeta que nada ainda foi acertado, e que o resultado da análise jurídica é preliminar.
"Qualquer informação seria precipitada. Daqui a um mês teremos mais certeza sobre o negócio, mas já estamos procurando parceiros estrangeiros para o negócio", admitiu Henrique na quarta-feira, 4.
O juiz da vara cível de São Miguel dos Campos, Roberto Remígio, responsável pelo processo conflituoso do Gunga, garante que a fazenda "está liberada em todos os sentidos", e que o litígio, na verdade, é na Fazenda Lagoa Azeda, com 660 mil hectares, acima do Gunga. Ele admitiu que o acordo entre as empresas e o industrial já teria sido lavrado em cartório, mas que ainda faltava o acerto sobre os valores envolvidos na venda do imóvel.
"Realmente existe um acordo com a Gafisa e a Cipesa, mas o contrato só pode ser levado a termo com valores fixados e, ao que parece, este valor ainda está sendo negociado. Existe o contrato, mas que precisa ser registrado e assinado entre as empresas e o empresário Nivaldo Jatobá, como pessoa física", explica o juiz.
As intervenções no local – de acordo com projeção das empresas -, só devem começar daqui a um ano, após a aprovação dos relatórios de impacto ambiental (ElA-RIMA) e das licenças de instalação e operação.
Mas a torcida pelo fechamento do acordo já é grande. O empresário Márcio Raposo, que se refere ao projeto como uma "nova Cancun", participou das negociações, e deverá ficar com as vendas de um dos maiores empreendimentos já realizados em Alagoas na área da construção civil.
"Alagoas também terá uma Costa do Sauípe. Será um complexo de hotéis, resorts e condomínios fechados para estrangeiros ricos. Não serão simples hotéis, mas um complexo de diversão, lazer e negócios, uma nova Cancun. Não vão faltar campos de golfe e campo de pouso para jatinhos", prevê Raposo.
Beleza do litoral atrai os investidores estrangeiros
Turistas incrementam negócios imobiliários e já são 15% na carteira de investimentos
Mário Lima
Editor de Economia
A bonita faixa litorânea de Alagoas, desde a região da Costa dos Coqueirais, no Sul, passando pela região das lagoas e até a Costa dos Corais, no Norte, está atraindo fortes investimentos hoteleiros de grupos nacionais e estrangeiros. Depois do boom de investimentos na Bahia para construção de hotéis e resorts, agora é Alagoas que entra na mira de grandes e pequenos investidores internacionais.
De acordo com estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Alagoas (ABIH/AL) e do Maceió Convention & Visitors Bureau (MCVB), até 2009 o Estado deverá receber cerca de R$ 250 milhões no setor hoteleiro.
Deste capital, R$ 52 milhões já estão sendo investidos por grupos estrangeiros em Alagoas. O grupo português Miramar injeta R$ 12 milhões na construção de um hotel quatro estrelas em Maragogi, que deve ficar pronto em dezembro. No mesmo município, o mais novo projeto é o Resort Simoa, cujas obras estão orçadas em R$ 40 milhões.
LEITOS
Atualmente, Alagoas disponibiliza 15 mil leitos em hotéis e a expectativa é chegar a 30 mil unidades habitacionais em um prazo de até 10 anos, caso os investimentos sejam confirmados, como a compra da Fazenda Gunga.
INVASÃO ITALIANA
Para o empresário Márcio Raposo, a chegada do novo empreendimento vai aquecer ainda mais o mercado imobiliário internacional, com destaque para portugueses, ingleses e, principalmente, italianos.
Os italianos, de acordo com Raposo, "estão comprando tudo", e já são 15% do faturamento da Márcio Raposo Imóveis.
Segundo o empresário, eles fazem a festa do mercado imobiliário e chegam a comprar prédios inteiros para revender em seu país e ainda sair com um lucro de 15% em cima do valor.
"No lançamento do Neo da Cipesa, um dos primeiros com sistema de casa inteligente, os italianos levaram a bagatela de 15 apartamentos com preço médio entre R$ 800 mil e R$ 2,5 milhões.