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Farol e Litoral Norte: apostas do setor

29 de maio de 2007

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Bruno Soriano
Repórter

É fato. Devido ao inchaço dos bairros que cortam a orla marítima de Maceió, o mercado imobiliário busca regiões alternativas, a fim de não comprometer inclusive a infra-estrutura disponível na Ponta Verde, por exemplo. Para a conseqüente expansão, o setor deposita todas as suas fichas no bairro do Farol e no Litoral Norte (especialmente os bairros de Jacarecica e Guaxuma).
Os aspectos que vêm contribuindo com esta perspectiva não dizem respeito apenas à falta de privacidade já citada por alguns moradores da orla, como também aos custos para se viver de frente para o mar. Entretanto, corretores de imóveis entrevistados pelo Primeira Edição garantem que isso, pelo menos a curto prazo, não vai resultar em desvalorização dos imóveis situados na Ponta Verde, bairro que ainda é "a menina dos olhos" das construtoras.
Apesar do comprovado aumento do desemprego em Alagoas, o Governo Federal reafirmou, recentemente, o compromisso em viabilizar recursos para o desenvolvimento do setor. Ano passado, por exemplo, houve um aumento de 7% no número de pessoas empregadas na construção civil brasileira. Este ano, a Caixa Econômica Federal vai liberar R$ 6,8 bilhões – do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para investimentos em habitação: um aumento de 17,1%, comparado aos recursos aprovados em 2006.
Em discurso de posse, o novo superintendente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (Ademi-AL), Judson Uchôa, disse que é preciso investir no modelo de negociação feita por meio de financiamento bancário, pois, nas transações realizadas diretamente com a construtora (o que acontece em 80% dos casos) o consumidor acaba pagando mais caro. "A taxa de juros Selic é de 12%, mas o ideal para a nossa realidade seria 10%", afirmou Judson, lembrando também a importância que deve ser dada ao investidor estrangeiro, "que aquece o setor porque traz preços competitivos".

A expansão do crédito imobiliário vem permitindo uma condição inédita de pagamento. Exemplo disso é a parceria Cipesa/Gafisa, que proporciona a seus clientes financiar o imóvel em até 270 meses, com taxas de juros mais baixas, desbancando os 180 meses geralmente obtidos pelas demais construtoras.
Embora não haja estatísticas sobre a "preferência" que já começa a existir por bairros onde o valor do metro quadrado seja compatível com a realidade financeira da classe média, casos como o do comerciário Eduardo MeIo são a prova de que a localização não tem tanta importância, e sim, a busca por uma qualidade de vida também presente na parte alta da cidade.

Ponta Verde sofre pela falta de espaço

Bairro nobre de Maceió ainda é o mais valorizado, mas empresários apostam em construções em novas áreas

Não é de hoje que se fala sobre a real preferência pela região da orla marítima. Entretanto, especialistas garantem que alguns empecilhos já forçam as construtoras a olharem "com outros olhos" bairros que até então não eram lembrados com o mesmo entusiasmo. “Muitos investidores já começam’ a procurar áreas alternativas aos bairros que compõem a orla marítima devido, principalmente, ao inchaço do bairro de Ponta Verde”. Prova disso é que grandes investimentos estão prestes a ganhar o Litoral Norte da capital e região, "graças à aprovação do Plano Diretor", explica o corretor de imóveis e diretor do Sindicato das Administradoras de Condomínio de Maceió (Sacrem), José Ferreiro. Hora.
Ferreiro lembra que, devido à grande procura pela região de Ponta Verde, por exemplo, os custos para se adquirir um imóvel crescem de acordo com a supervalorização que se observa. "O preço do metro quadrado em alguns bairros da orla marítima está inflacionado porque a demanda tem sido alta. O valor considerável já faz com que algumas pessoas optem por imóveis na parte alta da cidade, onde poderão encontrar residências com pouco mais espaço e pelo mesmo preço", compara o corretor, acrescentando que a vantagem muitas vezes diz respeito às dimensões do apartamento, que, em alguns casos, chega a ter 40 m2, preservando os requintados padrões de acabamento comumente vistos nos edifícios mais imponentes.
A privacidade, segundo Ferreiro, é um dos elementos capazes de proporcionar a qualidade de vida tão almejada pela maioria. "Praticamente não mais se encontra áreas disponíveis para construções em Ponta Verde. Por isso, muitos já começam a fazer a opção por um imóvel mais amplo, ao invés de só priorizar a localidade, em detrimento de outros aspectos", analisa o também diretor da Paclar Condomínios.
Outro fator que, na opinião do corretor, merece destaque, são as facilidades hoje encontradas para se negociar um imóvel. "As formas de pagamento estão cada vez mais acessíveis, e isso se reflete na grande procura que observamos inclusive por pessoas de classe média baixa, graças a programas de financiamento como os da Caixa Econômica Federal", reforça Ferreiro.
A prova desta acessibilidade pode ser comprovada pelo fato de muitas pessoas preferirem quitar parcelas de seu futuro imóvel a eternamente de aluguel. "Os condomínios horizontais também começam a roubar parte desta fatia de mercado. O que se vê são áreas de lazer não encontradas na maioria dos edifícios e uma dezena de funcionários de empresas especializadas em segurança, algo muito cobrado ultimamente", relata o diretor do Sacrem.

SATURAÇÃO
Para o corretor, a falta de privacidade traz consigo O barulho das ruas cada vez mais abarrotadas – assim como a vasta oferta de serviços oriunda do natural desenvolvimento urbano. "Em alguns prédios, o morador está a menos de cinco metros da varanda do vizinho, e isso, sem dúvida, tem sido determinante à ‘mudança de hábito’ de algumas construtoras", emenda Ferreiro Hora.
Para ele, 2008 será um ano de grandes realizações no setor, devido também aos investimentos estrangeiros. "O novo aeroporto e o Centro de Convenções já favorecem esta realidade", assegura Ferreiro.
Já o superintendente da Ademi-AL, Judson Uchôa, pondera: "regiões como o Farol e o Tabuleiro do Martins tendem a se valorizar, embora isto não signifique dizer que haverá uma queda pela procura de imóveis situados na orla marítima". Todavia, Judson admite que alguns valores são quase impraticáveis.
Ainda de acordo com o superintendente, algumas ações do poder público já abrem caminho para novos empreendimentos. "Ações e visam dotar nossa cidade de infra-estrutura satisfatória, com investimentos em saneamento básico e energia elétrica nas regiões ainda deficitárias são alguns dos aspectos essenciais para a plena satisfação de quem deseja morar bem", emenda Judson.

Custo-benefício impulsiona vendas

A tentativa de se buscar alternativas frente à saturação do mercado na orla marítima faz com que áreas desconhecidas conquistem o status de "área nobre". "A Construtora Norcon, por exemplo, está construindo um residencial no Alto da Mangabeiras, bairro até então desconhecido pela maioria", revela Ferreira Hora, citando outros exemplos de bairros que tendem a ganhar fama. "O Alto de Jacarecica é considerado por alguns um trecho do Sítio São Jorge. Outros têm vergonha de admitir que residem na Ponta da Terra, bairro colado à Pajuçara”, emenda o corretor.
Ferreira vê como natural o processo de valorização de localidades que começam a despertara atenção do setor imobiliário. "As ofertas de construtoras a proprietários de residências em trechos estratégicos só tendem a crescer com as edificações, independentemente da mudança ou não do nome dos bairros", emenda.
O superintendente da Ademi acredita no surgimento de um novo bairro, na parte alta de Guaxuma, quando resolvido o impasse da instalação do aterro sanitário. "Trata-se de uma área turística que tende a se valorizar depressa, já que a relação custo-benefício, comparando-a com a realidade dos bairros nobres, é muito melhor", avalia Judson Uchôa.
E por falar em relação a custo-benefício, ele ressalta certo direcionamento do setor para o bairro do Farol. "A demanda tem sido grande, e para atender às expectativas de quem não quer se distanciar da parte baixa da cidade, algumas construtoras estão lançando empreendimentos em excelentes localizações, com vista para o mar” revela Judson. "Além disso, conseqüentemente, teremos o barateamento dos preços em virtude da concorrência que se anuncia", diz.
O superintendente lembra ainda as facilidades que as construtoras oferecem na hora de fechar negócio. "A opção de pagar com até 270 meses, por exemplo, com taxas decrescentes ou fixas, tem se mostrado um ótimo negócio", acrescenta Judson, lembrando a necessidade de os governos continuarem investido em regiões que ainda deixam a desejar em diversos aspectos. "A região do entorno do lixão é uma delas, já que os condomínios residenciais que o cercam acabam perdendo o seu valor real".

ADEUS ORLA MARÍTIMA

Para quem busca a casa própria, pouso importa sua localização. E dessa forma que pensa o gerente de vendas de um supermercado da capital, Eduardo MeIo. Ele se prepara para trocar de domicílio, após dois meses morando em um apartamento situado na Rua Deputado José Lages, a 100 metros da praia de Ponta Verde.
"Vivo de alugueI, e sei que é mais conveniente pagar por aquilo que é nosso. Portanto, resolvi logo pela mudança, comprando um apartamento na planta", conta Eduardo, sobre o edifício que está para ser concluído dentro de dez meses.
"No bairro do Farol vou encontrar a mesma oferta de serviços que tenho aqui em Ponta Verde. Não faço questão de morar na orla, já que prefiro o campo à praia. A desvantagem que irei encontrar são os congestionamentos da Avenida Fernandes Lima", brinca Eduardo.

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