CARLA SERQUEIRA
Repórter
Hoje o dia deve ser decisivo para o futuro do aterro sanitário de Maceió. O prefeito Cícero Almeida resolveu voltar atrás, ouvir a população sobre o melhor local para a instalação da obra e acatar o que for decidido por ela. Ano passado, a prefeitura havia escolhido a região do Meirim para receber o aterro sanitário, mas em março deste ano mudou de idéia e optou por Guaxuma contrariando moradores, vereadores empresários e ambientalistas.
A decisão de abrir espaço para a população discutir e escolher, hoje, às 9h, no auditório da prefeitura, em Jaraguá, a melhor área para receber as obras do aterro – com prazo estabelecido pelo Ministério Público Federal para começar a funcionar até o próximo mês de dezembro foi tomada pelo prefeito ontem pela manhã, na presença de representantes da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), Associação Comercial de Maceió, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci).
As lideranças, há cerca de um mês, haviam solicitado audiência com o prefeito Cícero Almeida com objetivo de convencê-lo de que Guaxuma não é o local adequado para abrigar o aterro sanitário por ser área de expansão urbana. Eles alertaram ao gestor público sobre a necessidade de fazer cumprir o Plano Diretor de Maceió, que caracteriza a região como área de potencial turístico e paisagístico e proíbe a instalação de obras que possam prejudicar o desenvolvimento local. "O prefeito pediu para que os representantes debates o assunto com técnicos da prefeitura e da Universidade Federal de Alagoas. O que a maioria decidir, ele vai apoiar", informou o secretário municipal de Comunicação, Marcelo Firmino, que também participou do encontro de ontem. De acordo com ele, técnicos da Superintendência Municipal de Limpeza Urbana e o secretário municipal de Meio Ambiente, Ricardo Ramalho, também devem participar do debate.
Para o presidente da Ademi, Jubson Uchôa, o encontro com o prefeito foi muito positivo. "Mostramos para ele que Guaxuma não deveria ser escolhida porque um aterro na área atrapalha o desenvolvimento econômico da cidade e afasta investidores", disse ele, que pediu ao prefeito Cícero Almeida que convidasse também para o debate de hoje as associações de moradores do Litoral Norte. "O prefeito se comprometeu em reavaliar a escolha por Guaxuma, A reunião foi boa porque conseguimos abrir espaço para o de bate", informou Jubson.
No Ministério Público Estadual, um grupo de promotores está atento ao processo de instalação do aterro sanitário de Maceió. Na última segunda, eles se reuniram com a procuradora da República Niedja Kaspary, que fiscaliza o cumprimento do Termo de juste de Conduta assina do pela prefeitura em 2004. De acordo com a promotora Fernanda Moreira, da Fazenda Pública Municipal, o encontro serviu para embasar um futuro posicionamento do órgão. "Não queremos atropelar as coisas. Nossa intenção é colaborar com o Ministério Público Federal", disse ela.
Os moradores de Guaxuma também estão se articulando e prometem estar presentes hoje à reunião. Mais de duas mil assinaturas foram coletadas no bairro e vão servir para fundamentar a ação que pretendem mover na Justiça é contra a obra, caso a prefeitura não mude o local da construção. Já os vereadores debate o assunto dia 23.