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Tensão marca discussão sobre aterro

23 de maio de 2007

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Lelo Macena
Repórter

Empresários dos setores imobiliário e turístico, ambientalistas e moradores do Litoral Norte se reuniram ontem com a equipe do prefeito Cícero Almeida para tentar fazer com que a prefeitura volte atrás na decisão de instalar o aterro sanitário de Maceió no bairro de Guaxuma.
A reunião, que foi agendada pelo prefeito, foi marcada pelo clima de tensão e em alguns momentos a discussão esquentou no auditório do prédio da prefeitura, em Jaraguá. O prefeito Cícero Almeida não participou da reunião, mas esteve no local minutos antes do início dos debates.
Apesar de ter demonstrado que poderia repensar a decisão de levar o aterro para Guaxuma, depois da reunião com empresários e investidores, na última terça-feira, ontem, Cícero Almeida deixou claro que não está disposto a mudar o local da obra.
“A área pré-estalelecida, definida e trabalhada pela Ufal, com a Procuradoria Geral da República, é Guaxuma”, disse ele. Essa afirmação de Almeida na abertura da reunião desagradou de cara o público presente,que foi ao local apostando numa mudança de posição da prefeitura.
O clima ficou ainda mais quente quando o superintendente da Slum, Lauriano Omena, em um momento da reunião, afirmou que, independente dos argumentos de agressão ambiental e prejuízo para o mercado imobiliário e turístico, a obra seria tocada.
"Você vai tocar a obra sem licença de implantação? Isso é uma ilegalidade!", gritou Anivaldo Miranda, que além de estar ligado à Associação de Moradores de Guaxuma, é representante do Fórum de Defesa Ambiental do Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram). Irritado, ele se levantou e deixou o auditório. Anivaldo foi acompanhado por um grande número de moradores de Guaxuma, que também participavam da reunião.
"Nós viemos de coração aberto e pensávamos que seria uma reunião de trabalho para, quem sabe, definir um outro local para o aterro sanitário. Mas o que temos aqui é um circo montado, uma manobra de marketing para confundir a opinião pública”, disse Miranda. Para ele, o processo de instalação do aterro sanitário em Guaxuma é um “escândalo” do ponto de vista do licenciamento ambiental.
Segundo Anivaldo Miranda, A Associação de Moradores de Guaxuma e do Gurgury deve entrar na Justiça contra a decisão da prefeitura.
"Se o Ministério Público Estadual não entrar imediatamente com uma ação contra esse rol de irregularidades praticado pela prefeitura, nós vamos buscar o remédio jurídico para tentar impedir a instalação do aterro em Guaxuma não vai parar”, disse Anivaldo Miranda.

"NÃO VAI PARAR"
O superintendente da Slum, Lauriano Omena, disse que a prefeitura corre contra o tempo e tem prazo a ser cumprido, por isso o processo de instalação do aterro sanitário não pode parar.
"Vou levar ao prefeito Cícero Almeida todas as reclamações e os argumentos colocados aqui. Mas, independente disso, vamos fazer a contratação do projeto executivo e o processo de instalação do aterro sanitário em Guaxuma não vai parar” afirmou.
De acordo com ele, o projeto foi aprovado pelo Conselho Municipal de Proteção Ambiental (Compram) e a prefeitura tem o aval dos estudos realizados pela Universidade Federal de Alagoas.

Empresários pedem novos estudos
Presidente da ADEMI diz que pareceres técnicos afirmam que instalação do aterro no Meirim não afeta bacia do Rio Pratagy

Lelo Macena
Repórter
O presidente da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Jubson Uchôa, pediu ontem, durante reunião para discutir a instalação do aterro sanitário em Guaxuma, que a prefeitura realizasse mais estudos não só no local, como na área da Cachoeira do Meirim, para que a decisão fique melhor embasada. Segundo ele, existem outros pareceres técnicos que afirmam que a instalação do aterro sanitário na região do Meirim não afeta a Bacia do Pratagy, conforme diz o parecer dado pela Casal, que serviu de argumento para que o aterro não mais fosse instalado na parte alta da cidade, a 13 quilômetros do Benedito Bentes.
"Nós solicitamos a elaboração de estudos mais aprofundados e pareceres das duas áreas feitos por técnicos de outros Estados", disse Jubson Uchôa. Para ele, a prefeitura poderia ainda pensar em uma terceira área, entre as 16 elencadas pela Ufal, que não fosse em Guaxuma e nem no Meirim.
Entre os estudos pedidos pelo presidente da Ademi estaria o estudo hidrogeológico, que define a qualidade do solo e a capacidade de infiltração de possíveis vazamentos futuros de chorume. De acordo com a professora universitária e moradora de Guaxuma, Regina Coeli, o estudo hidrogeológico não foi contemplado no estudo de seleção de área feito pela Ufal. "É um estudo importante e deve ser realizado para tirar dúvidas e ajudar na decisão do local adequado” disse ela.
A professora Nélia Calado, que coordenou a equipe técnica da Ufal dn estudo de seleção de área que definiu 16 locais para abrigar o lixão, confirma que o estudo hidrogeológico não foi feito.
“Mas esse estudo isola pode não ser definidor do local que receberá o aterro. Não é um único parecer que vai determinar e sim uma série de fatores”, disse Nélia Calado.
Contrário à instalação do aterro em Guaxuma, o empresário Márcio Rapôso, dono da construtora Márcio Rapôso, uma das maiores do estado, participou da reunião e disse que a instalação do aterro representa um grande prejuízo para os construtores de Alagoas.
“Nós planejamos Guaxuma para ser a Brasília de Alagoas. Os construtores fizeram um plano diretor para Guaxuma, com bairros, hotéis, tudo de bem definido e a instalação do aterro sanitário desmancha tudo isso”,disse Rapôso.
“O aterro sanitário no bairro de Guaxuma prejudica o turismo em toda a região". disse Mauro Vasconcelos, diretor do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, que esteve na reunião de ontem representando o setor turístico. Para ele, as áreas da Cachoeira do Meirim e de Marechal Deodoro apresentam melhores condições para receber o aterro. “Nesses dois locais, certamente mente a população será menos afetada". disse Vasconcelos.
Também participaram da reunião Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), O Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de representantes de ONGs de defesa do meio ambiente.

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