Folha Online
Para suprir o crescimento de novas moradias nos próximos quatro anos e extinguir o déficit habitacional atual de 6,9 milhões de moradias no Brasil, serão necessários investimentos de R$ 115 bilhões por ano ao longo dos próximos quatro anos, o que totaliza um investimento de R$ 461 bilhões. Os valores constam no estudo "O crédito imobiliário no Brasil", apresentado esta semana FGV Projetos, consultoria da Fundação Getúlio Vargas, e encomendado pela Associação Brasileira das Entidades do Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
De acordo com o documento, para os grupos menos favorecidos, os 12% mais pobres da população brasileira, estima-se uma necessidade de cerca de 1,6 milhão de novas moradias entre 2007 e 2010, tendo em vista tanto a redução do déficit habitacional como a demanda adicional pela formação de novas famílias. Para os demais grupos sociais, estimase a necessidade de 5,3 milhões de novas moradias entre 2007 e2010.
Do total necessário para investimentos, a maior parcela, R$ 417 bilhões ou R$ 104,3 bilhões por 3110, deverá chegar via financiamento imobiliário. Esta quantia, segundo o estudo, irá requerer uma ampliação expressiva do crédito concedido anualmente em todas as modalidades de financiamento. Considerando uma participação de 50% de financiamento no valor do investimento, estima-se a necessidade de ampliar o valor dos financiamentos para R$ 52,2 bilhões por ano. Com esta expansão, a taxa de crescimento do estoque de capital habitacional brasileiro passaria de aproximadamente 4,2% ao ano (verificada entre os 3110S 1995 e 2003) para 4,9% ao ano.
Ainda de acordo com o levantamento, esses investimentos levariam a uma ampliação significativa da taxa de investimento no país, que passaria de 19,9% para 21,9% do PlB (Produto lntemo Bruto), com efeitos diretos sobre o crescimento econômico. Estima-se que essa expansão do investimento traria um adicional de 0,6 pontos percentuais na taxa de crescimento da renda per capita ou, ainda, um crescimento econÔ111ico de 1,9% ao ano apenas em razão dessa política. Para atingir esses objetivos, a FGV Projetos sugere a adoção de políticas voltadas para a habitação social, com a concessão de subsídios às classes menos favorecidas.
Além disso, de acordo c0111 o documento, um dos maiores desafios que o sistema de financiamento imobiliário deve enfrentar é O de ampliar as formas de captação