O setor da construção civil continuará sendo o motor do crescimento econômico em 2009. Mesmo com um cenário de crédito mais restritivo, os investimentos do setor privado e do setor público ajudarão o segmento a manter o ritmo no próximo ano. "A construção civil acabará servindo como um amortecedor da crise financeira em 2009, por conta de seu potencial gerador de obras e emprego em todo país", destacou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão.
"Obras já iniciadas em 2008 vão garantir a continuidade da atividade em 2009. Os financiamentos da Poupança e do FGTS não foram afetados pela crise de crédito, inclusive porque têm taxas de juros fixos. O BNDES deve garantir uma parte importante dos investimentos em infra-estrutura, também contemplados nos Orçamentos da União, Estados e Municípios", avalia o presidente da CBIC.
De acordo com dados do IBGE, no primeiro semestre de 2008 a construção civil cresceu 9,9%, contra um aumento de 6% na economia como um todo. Com a sazonal desaceleração de final de ano, antecipada pela crise econômica, a expectativa da CBIC é encerrar 2008 com uma alta de 8,5%.
"Ainda é cedo para fechar uma previsão de crescimento para 2009. Será menor do que o deste ano, mas ficará bem acima dos 3% esperados pelo governo e pelo mercado financeiro para a economia brasileira como um todo", destacou Simão.
De janeiro a outubro deste ano, o financiamento habitacional com recursos da poupança foi 36% superior ao concedido no mesmo período em 2007. Todas as regiões do país registraram crescimentos superiores a 10% no nível de emprego formal na construção. Ao fim de outubro, o emprego no setor registrava mais de dois milhões de saldo de postos de trabalho diretos, com a geração de mais de 300 milhões de vagas formais. Apenas do BNDES investiu mais de R$ 35,1 bilhões em projetos de infra-estrutura no acumulado de doze meses até outubro.