São Paulo, 22 de Janeiro de 2009 – O corte de 1 ponto percentual, que não era aplicado pelo Comitê de Política Monetária ( Copom) do Banco Central desde dezembro de 2003, na taxa básica de juros ontem confirmou o desvio do foco de atenções da autoridade monetária para o desaquecimento econômico. Números da produção industrial e desemprego, tal como indicadores de preço no atacado, reforçaram a suspeita de que nem a variação cambial fará pressão relevante sobre os preços domésticos diante do cenário de recessão global.
Com a inflação se mostrando sob controle, o BC trocou um esperado ciclo longo e suave de cortes por um curto e agressivo. Assim como o mercado, o comitê ficou dividido sobre a magnitude do corte – cinco membros votaram por 1 ponto e três por 0,75. Em nota, o BC destacou que realizou de imediato "parte relevante do movimento para a taxa básica".
A interpretação do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, é que os próximos ajustes devem ser menores, totalizando uma redução entre 2,5 e 3 pontos no ano. Mas, para André Lóes, do HSBC, a indicação é justamente de que o BC vai agir com maior agressividade. O consenso é que, na prática, o que vale é a reação do BC com a retomada do ciclo de afrouxamento monetário. De imediato, grandes bancos anunciaram redução de taxas. O Unibanco, por exemplo, cortou 0,08 ponto a taxa máxima mensal do cheque especial.
B1(Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(Maria Luíza Filgueiras)
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