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Crise ainda não teve reflexo no crédito

5 de fevereiro de 2009

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São Paulo, 5 de Fevereiro de 2009 – A crise financeira não conseguiu abalar os números do crédito imobiliário em 2008. O ano teve o maior volume de financiamentos desde a criação da opera-ção financeira, ultrapassando o recorde da década de 1980 – de 260 mil – em quase 40 mil unidades. O montante de contratações de crédito do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que opera com recursos da caderneta de poupança, superou R$ 30 bilhões. Em 2007, o valor chegou a R$ 18 bilhões. "O crescimento foi muito grande se levarmos em consideração que o ano de 2007 também foi muito bom", afirma Luiz Antonio França, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Dos R$ 30 milhões financiados, R$ 16 milhões foram destinados à construção, e em torno de R$ 14 milhões para a aquisição de unidades. "Nossos consumidores estão criando o hábito de usar financiamento bancário para adquirir imóveis." De acordo com os dados da Abecip, 39,50% dos compradores optaram pelo financiamento para adquirir o imóvel contra 29,95% do período anterior. "É muito difícil fazer previsões para 2009. Temos que lembrar que este ano vão ser entregues diversas obras, e quando os compradores recebem as chaves há grande chance de que eles façam financiamento", afirma França.

Para João Crestana, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), 2008 foi um ano muito forte, seguido de outro período atípico, em 2007. Segundo Crestana, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) teve volume entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões, e desse montante apenas 25% foi repassado à produção. "As instituições financeiras estão mais cautelosas com empresas que não têm tradição. Os bancos estão de olho em balanços alavancados. Mas eles têm metas a cumprir, portanto, precisam liberar financiamento. Os bons projetos não vão ter problemas", acredita Crestana.

É com isso que os bancos privados têm contado. De julho de 2008 – quando o Banco do Brasil lançou o seu sistema de financiamento – até dezembro, a instituição movimentou R$ 140 milhões. "Não significa muito se compararmos com a carteira do banco de R$ 40 bilhões, mas ficou dentro das nossas expectativas na época do lançamento", diz Paulo Rogério Caffarelli, diretor de novos negócios do Banco do Brasil.

A expectativa para este ano é atingir R$ 1,3 bilhão, valor que engloba financiamento para pessoas jurídicas, físicas e produção. "O crédito imobiliário tem potencial para crescer. O financiamento engatinha ainda se comparado ao Produto Interno Bruto (PIB)." Caffarelli afirma que o banco manteve as taxas, que segundo ele, têm se mostrado adequadas.

Já o volume de financiamentos imobiliários no Bradesco atingiu R$ 6 bilhões em 2008, montante 47% superior ao ano anterior. Com isso, o banco representa 17% do total de financiamentos de imóveis do País. "A meta para 2009 é chegar e R$ 5 bilhões, um pouco inferior a 2008", afirma Márcio Cypriano, presidente do Bradesco. Para ele, a inadimplência deve aumentar. "Deve subir de 3,5% para 3,6%. Mas tudo depende da garantia de emprego e de renda", julga Milton Vargas, vice-presidente.

O desempenho de novos negócios imobiliários do Santander, que também controla o Banco Real, se traduziu em R$ 7,1 bilhões, um aumento de 60% ante 2007. Deste total, R$ 1,9 bilhão foi destinado a pessoas físicas e o restante para financiamento da produção. Hoje, a instituição financia 400 projetos e espera repetir este ano o mesmo volume de financiamento de 2008.

Segundo Nerian Gussoni, superintendente de negócios do Santander, houve uma leve retração de pessoas físicas e de incorporadoras no último trimestre de 2008. "Se antes um comprador demorava nove meses para decidir a compra, agora o prazo deve aumentar para um ano", prevê. "Provavelmente não vamos aumentar as nossas taxas. E em maio, vamos equalizar as taxas dos bancos Santander e Real."

Pacote do governo

Para o presidente da Abecip, Luiz Antonio França, o pacote que o governo deve anunciar nas próximas semanas para impulsionar a cadeia da construção civil vai ser muito importante para a indústria. "É um incentivo para cobrir o déficit habitacional e para as classes não populares fazerem aquisições." Já João Crestana, presidente do Secovi-SP, diz que o setor espera medidas estruturais – que só vão ser sentidas daqui a uns anos – e emergenciais, como desoneração tributária.

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