Sobram vagas para portadores de deficiência física no setor de construção civil em Brasília. A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) pressiona empresas contratantes para que as vagas sejam preenchidas imediatamente, mas o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (SINDUSCON – DF) afirma que o problema é a falta de interesse dos próprios portadores de deficiência.
Existem, ao todo, 120 vagas ociosas para pessoas com deficiência física entre as empresas de construção civil de Brasília. Porém, é essencial para a contratação que seja feito um curso de formação e profissionalização no SENAI, que é oferecido gratuitamente à comunidade.
Vagas
A Lei que exige uma porcentagem de trabalhadores portadores de deficiência física em empresas data de 1991, mas a fiscalização sobre o cumprimento da lei é recente, como afirma o presidente da Comissão de Políticas e Relações Trabalhistas do SINDUSCON – DF, João Mathias. Para ele, a lei é “fria” e não considera variáveis de trabalho de cada empresa.
Como a Lei é antiga, não há um prazo para que as empresas se adequem. É preciso que as vagas sejam preenchidas imediatamente. Para isso, empresas do setor de construção civil, sindicatos de trabalhadores da área, associações de portadores de deficiência, o SENAI e a SRTE criaram o Pacto Coletivo que visa a criação de políticas de inclusão para aumentar o número de portadores de deficiência ativos no mercado de trabalho.
Desinteresse
Mathias acredita que o auxílio que o governo oferece aos portadores de deficiência gera desmotivação para busca de profissionalização e emprego. Ana Luzia Duarte, coordenadora do SENAI no DF, concorda dizendo que para muitos o auxílio do governo é uma renda que traz acomodação. Outro lado apontado por Mathias é o da visão que os portadores de deficiência física têm de si mesmos, “muitos acreditam que são incapazes de exercer essas atividades”.
Segundo João Mathias, não há nenhuma restrição quanto ao grau de deficiência física. Desde que não haja limitação completa, portadores de qualquer deficiência podem ser contratados para a construção civil.
Pressão do governo
Em entrevista ao Campus Online, João Mathias disse que espera bom senso por parte da SRTE para flexibilizar a lei que exige a contratação de portadores de deficiência física dando um prazo maior para que as demandas sejam atendidas, já que não há candidatos com o perfil para preenchimento das vagas.
*Até o fechamento desta edição nenhum representante da SRTE foi encontrado para prestar maiores esclarecimentos.