O governo federal anunciou ontem (3) mudanças nas regras de remuneração da Caderneta de Poupança, o que deve baratear os financiamentos da casa própria, já que os bancos poderão liberar empréstimos a custos menores.
As novas regras valem a partir desta sexta-feira (4) para os novos depósitos e as novas contas.
As taxas menores, no entanto, serão oferecidas apenas para os empréstimos novos.
Os antigos, em tese, continuam atrelados às regras do contrato.
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, as mudanças não representam perda para o poupador.
"Não se questiona a necessidade da ação que foi tomada por conta dos ajustes que a economia precisa. A médio prazo não deve haver perda para o poupador, pois a economia vai se ajustar. Mas é preciso ficar clara a questão do comportamento do juros e aplicações para que os ganhos sejam distribuídos para todos", destaca Paulo Simão.
O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Octavio de Lazari Júnior, acredita que o movimento de repassar o custo mais baixo para o cliente é natural, porém é prematuro afirmar que isso realmente ocorrerá.
Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que os bancos vão diminuir os juros porque existe uma forte concorrência no segmento de crédito habitacional.
O governo também estuda medidas para destravar a portabilidade do crédito imobiliário, mecanismo que permite aos mutuários antigos quitarem suas dívidas e contraírem financiamento habitacional novo a taxas mais baixas com outro banco.
Segundo o ministro, o volume de recursos disponíveis para o setor não vai diminuir. Hoje, são R$ 431 bilhões depositados em caderneta.
A Caixa domina cerca de 70% do mercado imobiliário.
O menor rendimento da poupança não deve afastar os investidores da aplicação e, assim, não existe risco de redução no volume de recursos destinado ao crédito imobiliário, segundo especialistas.