Paulo Vanzetto Garcia
Nos últimos anos, a indústria da construção civil gaúcha dobrou o número de trabalhadores com carteira assinada, atingindo a marca de cerca de 155 mil postos de trabalho. A atividade construtiva vem cumprindo, desta forma, sua fundamental contribuição como instrumento de ativação econômica, o que é especialmente relevante numa conjuntura como a atual, em que o crescimento do PIB mostra-se muito aquém das necessidades da nação. Entretanto, nosso desempenho vem sendo dificultado, porque o setor público não se preparou para esse crescimento. A infraestrutura dos órgãos responsáveis pelos licenciamentos, controles e fiscalizações não recebeu os investimentos necessários para fazer frente a essa mudança. Isto fez com que a burocracia estatal se tornasse a grande âncora do desenvolvimento do País. Nesse ambiente de pressão surgem as dificuldades; novos e maiores obstáculos aparecem todo o dia para quem pretende empreender.
Podemos enumerá-los, por exemplo, nos licenciamentos de novas obras pela prefeitura de Porto Alegre, nos licenciamentos nos órgãos ambientais, nas restrições – que beiram ao deboche – impostas pela Aeronáutica para construções nas mais valorizadas áreas da cidade e, ainda, nas esdrúxulas e desarticuladas ações dos auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-RS). Em suma, são tantos os obstáculos para podermos trabalhar que muitas vezes ficamos pessimistas com o futuro. Não obstante, prosseguimos no esforço de sensibilizar as autoridades responsáveis para o equacionamento dessa série de problemas em benefício de toda a coletividade.
Presidente do Sinduscon-RS