Por: Agência Caixa
A CAIXA pretende tornar os residenciais do Minha Casa Minha Vida mais sustentáveis com a adoção de padrões mínimos de construção nas áreas de energia, água, saúde e bem-estar, construção responsável, gestão e manutenção e resiliência urbana (capacidade de adaptar o condomínio a riscos climáticos e à melhoria dos serviços oferecidos).
A primeira versão do chamado Padrão de Sustentabilidade para Habitação de Interesse Social foi apresentada em workshop em Brasília, nesta terça-feira (29). Participaram representantes do Governo Federal, universidades, construção civil e movimentos sociais.
​No caso da energia, por exemplo, o documento avalia eficiência energética, conforto térmico, sistemas de aquecimento solar de água e energia renovável e o uso da luz natural nas casas e apartamentos. Para a água, discute-se o uso de descargas com menor consumo de água e outros itens que identifiquem vazamentos de forma mais rápida.
À frente da elaboração do documento está a Building Research Establishment (BRE), entidade britânica com quase 100 anos de experiência no setor, contratada pela CAIXA para prestar consultoria. "A ideia é a aproveitar a experiência da BRE e traçar um caminho mais consistente para o Brasil", explicou a gerente nacional de Gestão de Padronização e Normas Técnicas para a Construção Civil da CAIXA, Anna Paula Cunha. Segundo ela, o método será aplicado futuramente a todas as obras financiadas pela CAIXA e não apenas aos projetos para famílias de baixa renda, foco inicial do trabalho.
A consultoria de 18 meses prevê que a BRE criará ferramentas de análise do pós-ocupação dos residenciais do Minha Casa Minha Vida, um código com diretrizes e padrões de qualidade e sustentabilidade para habitações de interesse social, um sistema de gestão (Balanced Scorecard) para acompanhamento dos empreendimentos e uma metodologia do impacto do programa como um todo.
"Os padrões mostram um caminho"
A diretora de Estratégia da BRE, Gilli Hobbs, disse que a entidade, que atua em mais de 70 países, adequará o projeto à realidade brasileira. "Elevar os padrões de qualidade é um processo que não ocorre da noite para o dia. Os padrões mostram um caminho", destacou ela, ao citar as experiências na organização no México, Israel e Chile.
Presidente da Comissão do Meio Ambiente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Nilson Sarti, elogiou a iniciativa da CAIXA. Ele ressaltou o desafio de realizar obras com emissão zero de carbono, tema recorrente nos projetos da entidade inglesa. "É uma oportunidade para que possamos fazer nossas habitações melhores e dá mais qualidade de vida para aqueles que estão morando", afirmou Sarti.
O Padrão de Sustentabilidade para Habitação de Interesse Social ​será apresentado a parceiros do setor de habitação no câmpus da Universidade CAIXA em São Paulo nesta quinta-feira (1).