Empresários e dirigentes da construção civil receberam
como sinal positivo a aprovação da proposta
de emenda constitucional que fixa um limite para
os gastos públicos. Ratificada sem alterações
pela Câmara dos Deputados, no primeiro turno
de votação, a PEC 241/2016 é enxergada como
solução potencial para o problema do financiamento
da dívida pública brasileira, ferramenta que
pode afastar o risco de o país entrar em solvência e
ainda resgatar a credibilidade do Brasil perante os
investidores estrangeiros e nacionais, sinalização
importante para a reversão da crise econômica.
“O governo perdeu o controle dos gastos e se
não tiver uma trava para isso, o Brasil não volta à
normalidade”, diz José Carlos Martins, presidente
da Câmara Brasileira da Indústria da Construção
(CBIC).
A entidade e suas associadas publicaram manifesto
em jornais de circulação nacional e regional,
defendendo a criação do teto nos dias que antecederam
a votação na Câmara. Para os empresários
da construção, ao afastar as incertezas sobre a
capacidade do país de honrar a sua dívida, dando
segurança aos investidores, o risco de investir e
operar no Brasil cairá, favorecendo o investimento
no setor produtivo. “O Brasil volta a ser visto como
oportunidade, não mais como risco. Esse é um
ingrediente decisivo para o processo de recuperação
do emprego e da renda do trabalhador”,
avalia Martins.
Outro aspecto positivo é a perspectiva da redução
dos juros e o retorno dos recursos dos investidores
estrangeiros e brasileiros que recoloquem o país
na rota do crescimento sustentado. A reunião do
Comitê de Política Monetária da próxima semana,
caso se confirme a expectativa de queda do juro,
abre caminho para a retomada do crédito tanto
para consumo como para investimento.
Com a crise fiscal os investimentos em infraestrutura
do país entraram em queda, a economia
entrou em recessão, inflação e juros subiram e o
desemprego veio forte, tendo na construção civil
um dos setores mais afetados. “Nós entendemos
que é da maior importância mostrar à população
quem é o grande vilão, nesse instante. Somente
no setor da construção mais de 700 mil empregos
foram perdidos”, destacou o presidente da CBIC.