Da Editoria de Economia
Com Agências
Alagoas encerrou o ano de 2006 com uma variação positiva na geração de empregos com carteira assinada. Os dados foram divulgados ontem pelo Cadastro Geral de Empregos e Desempregos (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ao longo do ano, aconteceram mais admissões do que demissões. Foram 110.055 contratações contra 98.000 demissões, o que gerou um saldo de 12.055 novas vagas ofertadas – uma variação de 4,89%.
O percentual ficou acima da média do Nordeste que foi de 4,28%. Dos nove estados da região, Alagoas alcançou a sexta colocação, superando a Bahia, Sergipe e o PiauÍ.
No último mês do ano, a situação, no entanto, foi inversa. Aconteceram mais desligamentos do que contratações. 5.204 trabalhadores conseguiram emprego formal, enquanto 6.923 perderam suas ocupações, gerando um saldo negativo de menos 1.719 vagas – uma variação de menos 0,66%.
BRASIL – O Caged de 2006 registrou a abertura de 1.228.686 novos empregos com carteira assinada na economia brasileira, o que representa uma queda de 2% em relação ao número de empregos criados em 2005 (1.253.981).
Em dezembro, houve mais demissões do que contratações, já que o Caged mostrou variação negativa de 317.493 empregos.
A oferta de novos empregos com carteira assinada no ano passado foi destaque nos serviços (521,6 mil), no comércio (336,7 mil), na indústria de transformação (250,3 mil) e na construção civil (85,8 mil). A agropecuária, que em 2005, havia eliminado 12,8 mil vagas formais, em 2006, teve uma pequena recuperação com a geração de 6,5 mil novos postos de trabalho.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, considerou o resultado do ano "razoável" e "praticamente igual ao ano anterior". Um dos motivos apontados pelo ministro para essa redução está a taxa de câmbio, que por ter ficado muito próxima a R$ 2 durante o ano passado, favoreceu o aumento de importações.
Ele responsabilizou, além do câmbio, a política de juros do Banco Central. Segundo Marinho, a criação de novas vagas com carteira assinada no ano passado poderia ter sido maior se "os juros tivessem caído mais e o câmbio tivesse reajustado em um patamar favorável às exportações da indústria nacional" .
"Isso é um alerta muito importante para a equipe econômica do governo, particularmente o Banco Central", disse. De acordo com Marinho, muitas empresas brasileiras tomaram decisões de investimento no exterior por causa da pressão cambial.
Marinho, durante entrevista à imprensa em que detalhou os números do mercado de trabalho formal em 2006, voltou a afirmar que "o Banco Central errou em 2005 e está errando de novo ao desacelerar o ritmo de redução dos juros", referindo-se à última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em que a taxa básica de juros, a Selic, foi cortada em 0,25 ponto porcentual, para 13% ao ano, e não em 0,5 ponto como vinha ocorrendo.