A engenheira civil sanitarista, Professora-doutora Noélia Henriques Callado e a geógrafo, Professora-doutora Silvana Quintella, expuseram aos presentes estudo realizado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), através do Grupo de Estudos de Resíduos Sólidos e Recuperação de Áreas Degradadas (GERSRAD), identificando locais em condições de receber o futuro aterro sanitário da capital alagoana. As duas professoras participaram da coordenação do estudo.
O trabalho intitulado Gerenciamento Integrado para a Transferência e Destino final dos Resíduos Sólidos Urbanos de Maceió, resultante do estudo, apontou 16 áreas na Capital e na região metropolitana com potencial para receber o aterro. Segundo a professora Noélia Callado, as áreas selecionadas estão aptas a receber o aterro porque, de acordo com o estudo da base cartográfica de cada uma delas, em caso de acidente, os danos ao meio ambiente seriam menores, atendendo às restrições técnicas, legais e ambientais vigentes.
Para o presidente da ADEMI, Jubson Uchôa, o esgotamento do atual lixão, localizado em Jacarecica, exige uma avaliação técnica, econômica e social. “A área do atual lixão compromete a qualidade da vida urbana (a região é densamente povoada), inviabiliza a expansão imobiliária para o litoral norte, e põe em risco o lençol freático e os mananciais daquela região”, destaca Uchôa.
O fato de a prefeitura de Maceió mostrar preferência pela área próxima ao atual lixão está gerando preocupação devido aos efeitos negativos apontados. A ADEMI, junto com o Sinduscon, Associação Comercial de Maceió, Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), Ordem dos Advogados Brasil (OAB/AL) e outras entidades pretendem viabilizar uma alternativa, evitando os efeitos negativos para a comunidade e contribuindo para a expansão imobiliária e as atividades turísticas do litoral norte.
Diretores da Ademi, empresários vinculados à entidade, o presidente do Sinduscon, Marcos Holanda, representantes da OAB, da FIEA, da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/AL), do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Alagoas (CRECI/AL) e de associações comunitárias estiveram presentes à reunião-almoço. A engenheira civil Noélia Callado, responsável pela apresentação do estudo das áreas potenciais, apontou como uma das alternativas para a construção do aterro sanitário a formação de um consórcio entre Maceió e municípios da região metropolitana. Segundo ela, um dos itens determinantes do custo do tratamento dos resíduos é o transporte, que representa cerca de 70 % do custo de operação. Uma das sugestões é que o governo do Estado exerça um papel mais pró-ativo, funcionando como patrocinador da constituição do consórcio, o que seria uma opção por uma área na região metropolitana.