O governo estuda conceder a famílias com renda de até cinco salários mínimos (R$ 2.325) um prazo entre 24 e 36 meses em que poderão ficar sem pagar as prestações dos financiamentos habitacionais sem que sejam considerados inadimplentes, revela reportagem de Sheila D’Amorim na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Essa é uma das propostas em estudo na área econômica do governo para ser encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas próximas semanas, como estímulo ao setor imobiliário e tentativa de contornar os efeitos da crise financeira no país.
Para as famílias com renda superior a esse valor, a sugestão é aplicar um prazo de carência menor, em torno de 12 meses, e limitar o benefício aos cinco primeiros anos do contrato.
O objetivo das medidas é evitar que o medo do desemprego paralise o setor da construção e, ao mesmo tempo, criar instrumentos que permitam o acesso da população de baixa renda –especialmente a chamada nova classe média, que forma a base eleitoral de Lula– a financiamentos habitacionais com custos menores.
Nesta semana, o governo anunciou a criação de um fundo para cobrir parte do risco de inadimplência nos financiamentos habitacionais para a baixa renda. A medida, divulgada pelo ministro Paulo Bernardo (Planejamento), prevê o gasto em até R$ 500 milhões em recursos do Tesouro Nacional.
A Folha apurou que a área econômica quer limitar a cobertura para famílias com renda até cinco salários mínimos, um pouco mais de R$ 2.000, e para financiamentos de até R$ 50 mil. O fundo garantidor é uma das medidas que integrarão o pacote habitacional que deverá ser anunciado pelo governo até o fim da próxima semana.