O crescimento de 27% das vendas pela internet no primeiro semestre, na comparação com igual período de 2008, foi puxado pela ampliação dos prazos de pagamentos, da concorrência e dos investimentos das varejistas. Segundo o diretor-geral da empresa de monitoramento de comércio eletrônico e-bit, Pedro Guasti, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) à linha branca e a volta às compras de forma mais consistente da classe C também contribuíram para o desempenho.

A previsão da e-bit é de que o faturamento bruto anual cresça 28% em relação ao ano passado, para R$ 10,5 bilhões, mas a "recuperação da economia" a partir do segundo trimestre, poderá elevar esse porcentual para algo entre 29% e 30%. "No início do ano prevíamos um crescimento de 20% a 25%, mas os números do primeiro semestre surpreenderam. Já o terceiro trimestre deverá ser o mais aquecido dos últimos anos", disse.

Para Guasti, com a melhoria das condições de crédito e da confiança do consumidor, as vendas financiadas de produtos com maior tíquete médio aumentaram sua participação. "As vendas à vista e parceladas em três vezes aumentaram com a crise, enquanto que nesse momento os financiamentos mais longos, como os de 12 vezes sem juros, voltaram a ser representativos", disse, sem dar detalhes da participação dos meios de pagamentos.

A estimativa da e-bit é de que os pedidos cresçam 20% em relação a 2008, para 30 milhões, e a base de consumidores (com pelo menos uma compra na internet) avance 30% no período, atingindo 17 milhões de pessoas. Desse total, cerca de 60% das compras será da classe C – que leva em consideração famílias com renda até R$ 3 mil. Já o tíquete médio deverá encerrar o ano em R$ 327, alta de 8,2%. Entre as razões para o desempenho, Guasti aponta a redução do IPI à linha branca.