O setor de construção civil considera que a cota de 400 mil unidades do total do programa destinadas ao segmento de até três salários mínimos de renda será cumprida, apesar das dificuldades que alega encontrar para produzir imóveis com esse perfil em cidades como São Paulo. Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, como vários estados já estouraram os limites de propostas para o programa para esta faixa de renda, poderá haver migração para esses locais no caso de não ser possível a cota ser cumprida em alguns municípios.

O presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), João Crestana, destaca que, enquanto para o segmento de três a dez salários mínimos de renda, vários projetos já existentes foram adequados ao programa, para a faixa de até três salários mínimos, foi necessário aprendizado do setor, por exemplo, na compra de terrenos. O preço de máximo de R$ 52 mil por imóvel para essa faixa inviabiliza a produção na cidade de São Paulo, mas, em certos lugares da Região Metropolitana, é possível produzir nesse valor, diz o presidente do Secovi-SP.

A produção de moradias para o programa Minha Casa, Minha Vida será um dos principais vetores para o crescimento da demanda por cimento esperada para este ano, mas os imóveis para a média renda também terão participação expressiva. Conforme projeção do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), o consumo aparente do produto no Brasil deve crescer entre 6% a 6,5% este ano em relação a 2009.

Segundo o vice-presidente executivo do Snic, José Otávio de Carvalho, o consumo da matéria-prima deve ser estimulado também pelos investimentos em infraestrutura, que devem se expandir devido ao ano eleitoral e ao início da preparação das obras para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.