O presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, participou nesta terça-feira (25), em Brasília, de debate sobre a Emenda Constitucional 231/95, que reduz de 44 para 40 horas a carga horária máxima semanal, na Comissão Geral da Câmara dos Deputados. Na ocasião, Paulo Simão apresentou um estudo da entidade que mostra que a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem a diminuição dos salários, e o aumento do adicional da hora extra de 50% para 75% do valor da hora trabalhada normal, gerará um aumento direto de 4,8% no custo das moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. "Isso significa dizer que a verba destinada para o programa deixará de financiar aproximadamente 48 mil unidades (ou famílias), ou seja, pelo menos 240 mil brasileiros continuarão sem casa, até que outro programa seja implementado", destacou Simão. O debate está sendo presidido pelo deputado Michel Temer. O documento apresentado pela CBIC à presidência da Câmara dos Deputados calcula ainda que, caso a medida seja aprovada, a prestação mensal a ser paga por uma família com renda de 3 a 10 salários mínimos vai sofrer acréscimo, o que reduzirá a disponibilidade do salário desta família no final do mês. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, avalia que a proposta é inoportuna e inadequada. "Em primeiro lugar, por conta da crise econômica. Segundo, porque redução de jornada de trabalho deve ser feita por negociação, setor por setor. Terceiro, e mais inoportuno ainda, porque estamos em ano pré-eleitoral", destaca Monteiro Neto.